O que o yoga me ensinou sobre presença, corpo e equilíbrio

Há práticas que entram na nossa vida de forma silenciosa e, sem darmos por isso, transformam tudo. Para mim, essa prática chama-se yoga.

Há pouco tempo, partilhei nos stories que o yoga é parte essencial da minha vida. Mais do que exercício físico, tornou-se uma extensão da minha terapia, um complemento profundo ao meu processo com a psicóloga. Uma ferramenta que me ajuda a regular, a escutar, a estar.

Recentemente, fui submetida a uma pequena cirurgia para remover um ferro que tinha no braço desde um acidente de bicicleta em 2022. Foi um procedimento simples, mas implicou uma pausa de 15 dias na prática. E essa pausa revelou-me algo importante: o yoga é muito mais do que aquilo que acontece no tapete.

Parar fez-me ver.

Durante esses dias de recuperação, senti falta do movimento, sim, mas senti sobretudo falta da presença.
O yoga ajuda-me a conectar com o meu corpo de forma gentil. A estar atenta ao que sinto. A respirar com intenção. A regular emoções.
Até as minhas hormonas, que tantas vezes estiveram em desequilíbrio noutras fases da vida, parecem encontrar um lugar mais estável quando pratico com consistência.

10 anos depois, continuo a aprender

O yoga entrou na minha vida em 2015. Este ano, celebramos uma década de caminho conjunto.
E se me perguntares se consigo fazer todas as posturas? A resposta é simples: não. E está tudo certo.
A prática não é sobre perfeição. É sobre exploração, escuta e entrega.

O corpo em esforço… e o corpo em paz

Antes do yoga, experimentei de tudo. Musculação. Hidroginástica. Corrida, daquelas bem intensas, às seis da manhã, em pleno inverno, no Fundão, com neve na serra. Sim, eu era dessas. Mas, por mais que me mexesse, sentia-me sempre em esforço. Como se estivesse permanentemente a tentar alcançar um corpo ideal, um corpo “certo”. E nesse esforço todo, o meu sistema estava em alerta. As hormonas desreguladas. A mente acelerada. O corpo cansado.

Com o yoga, tudo mudou.

O yoga trouxe-me o oposto: calma, enraizamento, equilíbrio.
Deu-me espaço para perceber que o meu corpo é suficiente tal como é. E que cuidar dele não precisa de vir do castigo, mas sim do afeto.

O que fica:

Estes 15 dias sem praticar foram suficientes para reforçar uma certeza: o yoga não é apenas uma rotina.
É uma forma de viver. De escutar o corpo. De respeitar os seus ritmos.
De estar presente, de verdade.

E talvez o mais bonito de tudo seja isto: O yoga trouxe-me de volta a mim.

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